Projetos

Projetos, em andamento, dos membros integrantes do grupo do GeSER:

PROJETOS EM DESCRIÇÃO FORMAL DE LÍNGUAS NATURAIS

Prof. Dr. Dirceu Cleber Conde

Descrição formal de línguas naturais na interface entre semântica, sintaxe e pragmática

Este projeto congrega diversas iniciativas de descrição de fenômenos linguísticos que tentam contemplar as interfaces entre semântica, sintaxe e pragmática com o intuito de que os temas sejam tratados de modo mais abrangente e satisfatório.

Prof. Dr. Yan Masetto Nicolai

Imperativos em português brasileiro e suas interfaces transdisciplinares

Lida-se com imperativos no português brasileiro, além de outras formas que veiculam a força diretiva e a relação de pronomes indexicais correferenciados aos addressees do contexto, isto é, aqueles ouvintes que executarão a ação imperativa logo após seu proferimento.

Elisa Anju Lardapide

Anti-comitatividade: a semântica e pragmática do (não) acompanhamento

O projeto tem como objetivo principal investigar e descrever o funcionamento semântico-pragmático da anti-comitatividade no português brasileiro (PB), categoria gramatical que contribui para a expressão de não acompanhamento. Dentre os itens do inventário do PB, podemos considerar ‘sozinho’ e ‘sem’, por exemplo, como modificadores anti-comitativos, visto que contribuem semanticamente com a noção de não possuir companhia. Trata-se de um tema pouco explorado, ainda mais considerando o contexto do PB, que contribui para a descrição formal do PB e no avanço da literatura especializada.

Carolina Peternela Colosso

Desvendando a mentira no português brasileiro: uma análise gradual

Desde a Antiguidade, a mentira ocupa lugar de destaque nas reflexões humanas, seja na filosofia, na literatura, na psicologia ou na linguística. Presente em todas as culturas e épocas, trata-se de um fenômeno universal, mas paradoxal: ao mesmo tempo em que é socialmente condenado, é também prática recorrente e, em muitos contextos, até necessária para a vida em sociedade. A definição do que é mentira, entretanto, está longe de ser unívoca. Alguns estudiosos entendem como o simples ato de enunciar algo falso, enquanto outros ressaltam a intenção do falante em enganar como elemento indispensável. Essa multiplicidade de perspectivas revela sua complexidade e mostra que a mentira não pode ser reduzida a uma noção trivial, mas sim analisada em suas diferentes dimensões: cognitiva, social, filosófica e, neste trabalho, a linguística. Discutir a mentira, portanto, significa investigar não apenas os limites da verdade e da falsidade, mas também os mecanismos que estruturam a interação humana.

Giovana Bilbao Santana

Bem mais que meio interessante!

A pesquisa visa fornecer uma descrição e análise semântica contrastiva dos modificadores ‘meio’ e ‘meio que’ no português brasileiro, determinando quais são as estruturas em que esses modificadores aparecem e qual é a sua contribuição semântica. Nossa hipótese é de que os modificadores ‘meio’ e ‘meio que’, ao combinarem com um predicado qualquer, o torna mais ou menos preciso além de indicar o quão confiante o falante está de sua informação. Para isso temos como base a teoria da Semântica de Graus de Kennedy e McNally (2005) e a proposta de aproximadores de Sauerland e Stateva (2011), ferramentas que nos permite contrastar as propriedades semânticas de ‘meio’ e ‘meio que’ de forma clara e objetiva.

Giovanna Costa Silva

Em busca de uma caracterização semântica de injúrias do Português Brasileiro contemporâneo

A pesquisa tem como objetivo principal investigar o funcionamento linguístico das injúrias no português brasileiro (PB) atual. Entre os pejorativos de uma língua, as injúrias se destacam por atacarem não apenas um único indivíduo, mas um grupo de indivíduos. Isso torna as injúrias itens com conteúdo semântico misto, pois fazem uma contribuição tanto na dimensão veri-condicional quanto na dimensão uso-condicional. Além de elaborarmos um inventário não-exaustivo para as injúrias do PB e uma tipologia investigaremos teoricamente o funcionamento semântico das injúrias através de testes com dados do PB da proposta de Davis e McCready (2020). Trata-se de um tema muito pouco explorado no Brasil, ainda mais em abordagens formais, cujos resultados esperados são tanto analíticos quanto teóricos.

Adriano Lopes Rodrigues

Exclusivos no Português Brasileiro

A pesquisa analise itens como 'só', 'apenas', 'exceto', etc, classificados como exclusivos do português do Brasil. A ideia é compreender como é o comportamento desses itens frente às suas funções "exclusivas": ora numérica, como em "eu só gosto de sorvete de chocolate", ora valorativa, como em "não se preocupe, é só um jogo".

Ana Carolina de Sousa Araújo

Predicados verbais coletivos e distributivos e sua combinação com modificadores antidistributivos e anticoletivos: uma análise semântica

Este estudo pretende analisar, com base na semântica formal, a semântica de sentenças geradas a partir da combinação entre predicados verbais distributivos e coletivos e modificadores antidistributivos e anticoletivos no português brasileiro (PB). Uma abordagem inicial poderia prever que sentenças distributivas e coletivas não poderiam ser combinadas com itens antidistributivos ou anticoletivos. No entanto, análises preliminares evidenciaram que tal hipótese e suas consequências não se sustentam. Sendo assim, faz-se necessário elaborar um estudo descritivo que investigue quais são as propriedades semânticas dos predicados e dos modificadores analisados que fazem com que a combinação seja possível.

Marcelo Pessoa de Oliveira

Que língua é esta?

O Projeto se propõe a tratar e ampliar dados coletados na UEMG, investigando a índole das ocorrências linguísticas regidas sob uma quádrupla denominação: Linguagem Neutra / Linguagem Inclusiva / Linguagem de Gênero / Linguagem não-binária, acrescidas (ou não) da vertente denominada Linguagem não-racista. O objetivo é juntar uma bibliografia sobre língua, cultura e sociedade, além de obter mais dados fora da universidade para estudar as causas e efeitos dessas linguagens e entender por que essas ocorrências estão restritas ao ambiente docente da UEMG. Os resultados desejados incluem oferecer informações à Universidade, à sociedade e ao governo sobre essas variantes linguísticas, contribuindo para debates sobre o tema em diversas áreas do conhecimento. O estudo é justificado pelo aumento dessa forma de linguagem em escolas, ruas, na economia, na mídia e nas artes. Metodologicamente, será feita uma revisão bibliográfica em acervos físicos e digitais, aplicando uma análise das teorias em relação ao caso da UEMG.

PROJETOS EM EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA

Prof. Dr. Dirceu Cleber Conde

A linguagem como objeto de ciência na educação básica

A educação formal no nível fundamental e médio (educação básica) segue um conjunto de parâmetros curriculares conhecidos pela sigla PCN. Todos os documentos que orientam o trabalho com ensino de língua-linguagem apontam para a análise linguística, o que é muito importante para a formação dos alunos. No entanto, os documentos não ressaltam a linguagem como objeto de ciência, fixando apenas apenas na performance do aluno na língua alvo. Este projeto de pesquisa pretende desenvolver uma reflexão de como a educação básica pode olhar para as línguas e suas complexidades sendo elas objeto de ciência. Isso pode ocorrer através de diversos métodos e técnicas que serão desenvolvidos ao logo da pesquisa.

Prof. Dr. Dirceu Cleber Conde

Conlang na escola: métodos para se pensar as línguas e compreender intuições

O projeto tem como objeto desenvolver um método para se utilizar a atividade deconstruir línguas artificialmente (constructed languages - conlangs) a partir dasintuições dos falantes. Essa atividade procura desenvolver dois efeitos: um método lúdico para que crianças se interessem por ciência, línguas e linguística, ao mesmo tempo que colhe dados sobre as intuições dos falantes do português sobre sua própria língua. O projeto abarca pesquisas que buscam as intuições dos falantes e o desenvolvimento dos métodos para trabalho em sala de aula desde aspectos fonéticos e gráficos a estruturas morfossintáticas, semânticas e pragmáticas. <https://www.eduling.ufscar.br/pt-br>

Prof. Dr. Dirceu Cleber Conde & Prof. Dr. Yan Masetto Nicolai & Prof. Dr. Renato Miguel Basso & Heloisa Bueno & Elisa Anju

Programa 'Mexendo com a Língua'

O 'Mexendo com a Língua' é um programa de rádio e podcast sobre as pesquisas envolvendo língua, linguagem e suas interfaces. Trata-se de um projeto de divulgação científica em que pesquisadores de diversas áreas dos estudos linguísticos são entrevistados, mostrando, assim, o tipo de trabalho feito pelos pesquisadores da linguagem. É possível acessar gratuitamente os episódios do programa através do site da Rádio UFSCar <http://radio.ufscar.br/vPodcast/mexendo-com-a-lingua> e pelo Spotify <https://open.spotify.com/show/2LWxgCBXuAcsLBuBIfMLRj>.

Beatriz Habara Morgon

Conlang na escola: análise, comparação e adaptação ao contexto brasileiro

Este trabalho visa realizar uma análise crítica da proposta da Oficina de Língua Inventada (OLI), desenvolvida no Brasil, visando subsidiar o projeto temático “Conlang na escola: língua inventada e conhecimento da linguística” em seu (re)planejamento, (re)aplicação e (re)formulação de materiais. Para isso será feita uma análise comparativa de caráter teórico-prático, entre as aplicações nacionais da OLI e outras aplicações internacionais de conlang na escola, estruturada em três eixos de análise: conceitual-metodológico, prático-metodológico e aprendiz-professor-conhecimento. Com base em revisão de literatura e documentação empírica das aplicações da OLI, o estudo busca compreender como práticas de conlangs podem promover o letramento em linguística e estimular a reflexão epilinguística dos alunos, principalmente no contexto brasileiro. Espera-se que os resultados contribuam para a consolidação do método e sistematização de seus conceitos, auxiliando tanto no desenvolvimento de materiais didáticos quanto no diálogo entre iniciativas nacionais e internacionais voltadas ao ensino da linguagem como objeto científico.

Prof. Dr. Daniel Perico Graciano

Educação Linguística e Conlang: randomicidade e regularidade na intuição linguística de estudantes do Ensino Fundamental

Investigamos como a presença de padrões e regras consistentes na formação multiplicativa em uma língua inventada, permite que alunos do Ensino Fundamental desenvolvam sua competência de identificar, inferir e aplicar estruturas linguísticas. Isso fortalece a intuição sobre como as línguas funcionam de forma sistemática, preparando-os para compreender a gramática de línguas naturais de maneira mais orgânica e menos mecânica. A introdução de elementos de randomicidade (e.g., a necessidade de criar novos morfemas ou a variação na interpretação de uma regra), por sua vez, estimula a concepção de elementos que se situem além da aplicação de regras, estimulando o pensamento metalinguístico – a reflexão sobre a própria linguagem e seus processos de criação e significado os leva a perceber que nem tudo na linguagem é estritamente lógico e que há espaço para a inovação e a arbitrariedade.

Prof. Dr. Josué de Sousa Mendes

Criação de material didático para subsidiar a Conlang na escola

Propõe-se uma pesquisa aplicada com vistas à criação, avaliação e validação de materiais didáticos inovadores para o ensino de conceitos linguísticos, a partir do método da língua construída (Conlang). Será replicada a “oficina de língua inventada” em uma escola pública do Distrito Federal e, também, em uma turma de Proeja, considerando que, no Proeja, há adultos que apresentam dificuldade de leitura e escrita; e estrangeiros que precisam de formação para adquirir proficiência na Língua Portuguesa. Os estudantes são submetidos ao processo de criação de palavras, expressões ou textos diversos, conforme a estrutura interna de uma língua, com atividades criativas que contemplem fenômenos diversos da língua e tragam contribuições para a educação linguística no contexto escolar.

Angelo Antonio da Costa Costa

Engenharia reversa em língua inventadas

Esta pesquisa explora o uso de línguas inventadas (conlangs) e a engenharia reversa como ferramentas pedagógicas no ensino de linguística para alunos do Ensino Fundamental II. A proposta defende que a criação de uma língua artificial mobiliza a intuição linguística dos estudantes, permitindo que apliquem conhecimentos implícitos sobre estruturas gramaticais.